Published on outubro 12, 2023, 2:45 am

Dez doadores da campanha de 2022 estão envolvidos em trabalho análogo à escravidão, segundo lista divulgada pelo Ministério do Trabalho. Oito deles fizeram doações para Jair Bolsonaro e os outros dois contribuíram com candidatos ao Legislativo. Além disso, foram identificadas doações expressivas a candidatos estaduais e federais. Os empregadores condenados contestaram as acusações, enquanto a necessidade de fiscalização e combate ao trabalho escravo no Brasil é destacada.

A lista atualizada de empregadores condenados por trabalho análogo à escravidão, divulgada na semana passada pelo Ministério do Trabalho, revelou que dez doadores da campanha de 2022 estão envolvidos nesse tipo de prática. Dos dez doadores, oito fizeram doações para Jair Bolsonaro e os outros dois contribuíram com candidatos ao Legislativo estadual e federal.

Em relação às doações feitas a Bolsonaro, José Eduardo Sanches, fazendeiro de Goiás que entrou na lista em 2022, contribuiu com R$ 5 mil. Além disso, Guilherme Antônio Wilkon e Antônio Eustáquio Maciel, fazendeiros do Maranhão listados desde outubro deste ano, doaram respectivamente R$ 50 e R$ 10 para a campanha de Bolsonaro.

Outros cinco empregadores condenados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás realizaram uma doação simbólica de R$ 1 real ao candidato a presidente. A assessoria de imprensa de Bolsonaro informou que ele não irá se manifestar sobre o assunto.

Porém, as maiores doações foram direcionadas a outros candidatos. O candidato a deputado estadual Gabriel Salomão, do MDB eleito suplente no Pará, recebeu uma quantia expressiva de R$ 323 mil. A origem dessa quantia foi Adriano Salomão Costa de Carvalho, um garimpeiro autuado por uma ocorrência envolvendo oito trabalhadores. É importante ressaltar que o empregador entrou na lista neste ano. Até o momento, Gabriel Salomão não retornou o contato da coluna para comentar o assunto.

Na Câmara dos Deputados, a deputada federal Renilce Nicodemos, também do MDB do Pará, recebeu uma doação de R$ 50 mil. Olenio Cavalli, pecuarista autuado por manter dez trabalhadores em situação análoga à escravidão em sua fazenda no Pará, foi responsável pela doação. A assessoria da parlamentar não respondeu ao contato para comentar o caso.

O fazendeiro Wilkon, que fez uma doação para Bolsonaro, contestou sua condenação alegando “injustiça”. Ele argumentou: “Todo mundo ganhava R$ 3 mil, R$ 10 mil ou R$ 12 mil e isso era considerado trabalho escravo? Ave Maria”. Wilkon afirmou que está recorrendo da decisão.

José Eduardo Sanches, outro doador de Bolsonaro, afirmou que está tratando toda a situação junto aos órgãos competentes e sempre seguindo corretamente as leis.

Adriano Salomão Costa de Carvalho não pôde ser localizado para prestar esclarecimentos. Já Olenio Cavalli e Antônio Eustáquio Maciel não responderam ao contato realizado pela coluna.

Essas recentes revelações colocam em evidência a necessidade de fiscalização rigorosa e combate incansável contra o trabalho escravo no Brasil. É importante que os órgãos competentes atuem com firmeza para coibir essa prática ilegal que viola os direitos básicos dos trabalhadores.

Original article posted by Fox News